Subsídio “A INSPIRAÇÃO CATECUMENAL NA VIDA PASTORAL DA IGREJA”

  1. Jesus era mistagogo. Seu ministério era simbólico, orante e vivencial. Jesus propôs um itinerário de fé para os discípulos, formando-os, gradualmente. Houve um primeiro chamado, um aprendizado e um convívio. Houveram etapas na missão, envio, discipulado, aprofundamento.
  2. Nós precisamos imitar o máximo possível o jeito de Jesus evangelizar. “As paróquias são chamadas a ser casas e escolas de comunhão: espaços da iniciação cristã, da educação e celebração da fé, abertas à diversidade de carismas, serviços e ministérios, organizadas de modo comunitário e responsável, integradoras de movimentos de apostolado já existentes, atentas à diversidade cultural de seus habitantes, abertas aos projetos pastorais e supra-paroquiais e às realidades circundantes. A tarefa missionária se abre sempre às comunidades, assim como ocorreu no Pentecostes”. (cf. Doc 100, 170-171)
  3. O Concílio Vaticano II nos convida a superar uma mentalidade fragmentada da ação pastoral. Faltam-nos processos integrais: mais bíblicos, celebrativos e vivenciais. Oferecemos ainda cursinhos para aquisição de sacramentos, reuniões demoradas e mal preparadas, atividades pastorais sem planejamento, encontros, simpósios e congressos sem mística, assistencialismo desnecessário e entre outros. É preciso abandonar as estruturas ultrapassadas.
  4. O Ritual da Iniciação Cristã de Adultos – RICA indica os passos do processo catecumenal, com ritos que marcam a passagem de uma etapa a outra. Divide-se em 4 tempos: pré-catecumenato (fase querigmática), catecumenato (fase doutrinal), purificação e iluminação (fase espiritual) e mistagogia (fase vivencial) e três
    etapas: celebração de admissão.Capturar
  5. A Igreja nos convida a uma retomada pastoral: a inspirar nossa ação pastoral no processo do catecumenato antigo. Inspirar-se nos modelos e ações dos primeiros cristãos. Eles foram exemplares e
    eficazes na sua ação pastoral. Não lhes faltava mística, comprometimento e testemunho. Portanto, a iniciação à vida cristã é o caminho gradual, contínuo e permanente que introduz a pessoa na vida de Jesus Cristo. Ser iniciado na vida de Jesus Cristo, no modo de viver de Jesus Cristo. É conhecer, encantar-se e seguir os passos do Mestre.
  6. A inspiração catecumenal é o elemento inspirador de todo processo iniciático, evangelizador e missionário da Igreja. Ela está no germe de nosso jeito de ser cristão. Usamos símbolos para Evangelizar, oramos, pensamos em etapas, acompanhamos processos. Este é o nosso jeito de ser, e que precisa ser
    compreendido e resgatado da antiguidade.

Processos graduais e definidos

7. A gradualidade é elemento fundamental no processo de inspiração catecumenal. A gradualidade forma o processo de vida e fé. A fé amadurece mediante um processo, tanto pelas diferentes etapas evolutivas da pessoa como pelo conteúdo de fé em si mesmo e pelo modo como esta é acolhida e assimilada.
8. “A iniciação pode ser definida como um caminho progressivo, por meio de etapas, de ritos e de ensinamentos, que visam realizar uma transformação religiosa e social do iniciado” (IVC 78). É processo marcado por tempos, etapas, ritos, sinais, exercícios, símbolos, gestos que expressem os passos dados e os compromissos assumidos no caminho de fé. Estes irão moldando o coração do cristão e firmarão os seus pés na Palavra.
9. É preciso definir processos graduais em nossas pastorais e movimentos: recomendam-se etapas (períodos) e celebrações que marquem o fim de etapas no itinerário pastoral e assinalem a passagem de um grau a outro. O interlocutor vai sendo introduzido passo a passo na vida de Igreja, corpo de Cristo.

Quais são os processos de formação inicial de sua pastoral ou movimento?

Itinerários celebrativos na ação pastoral

10. Para os cristãos é necessário crer o que se reza, rezar o que se crê. A oração da Igreja celebra o mistério de Cristo e o mistério de Cristo é o conteúdo da vida pastoral. O agir pastoral deve conduzir ou despertar para a experiência de fé.
11. É preciso pensar, organizar e estabelecer roteiros celebrativos das pastorais ou movimentos de nossa Igreja. São pequenas celebrações ou para-liturgias que introduzem no mistério de Cristo. Celebra-se o que evangeliza.
12. Pode-se elaborar um itinerário celebrativo em determinada pastoral (ex: roteiro celebrativo para a preparação de noivos). Pode-se utilizar de um breve rito de eleição, de admissão, de renovação ou consagração. Talvez, organizar o rito de entrega de um símbolo, orações de benção, imposição de mãos, celebração da Palavra, pequenos momentos celebrativos (luz, água, unção, aliança), celebrações penitenciais
ou pascais, celebração de noivado, de ingresso na vida religiosa ou celebração quaresmal e preparação próxima para assumir a assessoria no grupo de jovens, liturgia orante das comunidades ou meditação de textos bíblicos intercalados com refrões meditativos.

Quais são os ritos e itinerários celebrativos de sua pastoral ou movimento?

Processos mistagógicos (acompanhamento e aprofundamento permanente)

13. Em se tratando de pastoral não se finaliza processos quando se recebe os sacramentos. É preciso propor ações pastorais pós-sacramentos. É preciso intensificar e aprofundar a vida de fé em comunidade. A comunidade é o lugar de mistagogia. Talvez um dos maiores e novos desafios pastorais. É o acompanhamento pastoral permanente.
14. Algumas ações podem ser inseridas em nossos projetos pastorais: acompanhamento pós-sacramento, catequeses litúrgicas, visitas missionárias, exercícios de caridade, elaboração de plano de vida espiritual, aprofundamento do sentido do domingo e do ano litúrgico, grupos de partilhas de experiências, grupo de encontros catequéticos e orantes (ex: caminhando) ou estudo de documentos eclesiais.

Quais são os processos de acompanhamento e formação permanente de sua pastoral ou movimento?

Centralidade na Leitura Orante da Palavra

15. A Palavra é princípio e fim na vida pastoral da Igreja. É Palavra que não muda e nos chama ao seguimento de Jesus Cristo. A Igreja nos vai educando na escuta da Palavra. É preciso, portanto, lê-la, escutá-la e meditá-la em comunidade.
16. É urgência pastoral resgatar a dimensão bíblica da vida da Igreja. A leitura orante é o método eficaz que nos ajuda a saborear a Palavra e a criar laços íntimos com Deus. Consiste na leitura de um trecho bíblico, repetida uma ou mais vezes, acompanhada de silêncios interiores, meditação, partilhas e orações espontâneas.

O seu movimento ou pastoral tem utilizado a Bíblia em todos os encontros?

Dimensão simbólica da oração cristã

17. A palavra símbolo vem do grego symballein, que significa colocar algo em relação, juntar, unir. Portanto, o símbolo tem uma função mediadora entre o sensível e externo e o espiritual e invisível. E isso só pode ser assim porque participa, de algum modo, das duas realidades, mesmo que não se identifique com nenhuma delas de forma total. Por exemplo, uma cruz de madeira é sinal ou um símbolo externo-visível que nos
remete e recorda Cristo crucificado, mas isso não significa nem que a cruz seja o próprio crucificado.
18. Todo símbolo tem uma primeira intencionalidade concreta que nos é dada pelo sentido que à primeira vista manifesta, por exemplo, a água como elemento fecundante que sacia nossa sede e limpa. Mas há uma segunda intencionalidade ou dimensão que é o sentido para o qual aponta a partir da fé, pelo qual já podemos falar em “água batismal”. O símbolo supõe, pois, a união de dois sentidos, de duas intencionalidades.
19. O símbolo des-vela, tira o véu do que está escondido, manifesta o oculto, leva-nos do sensível e visível ao não sensível e invisível. O símbolo é a melhor forma que nós humanos temos de conhecer o desconhecido, retirar o véu misterioso. Claro que esse des-velar nunca é pleno, dada a limitação humana. Ademais, o símbolo contém a própria realidade simbolizada, torna presente aquilo que simboliza precisamente porque o
simboliza. Por exemplo, se a cruz torna presente de algum modo o crucificado, não significa que o torna presente em sua corporeidade física, mas na presença que o símbolo permite

Você utiliza orações com gestos e símbolos?
Quais são os símbolos de sua pastoral ou movimento?

Vivência comunitária e inserção pastoral

20. O processo catecumenal envolve toda a comunidade. Ela é responsável por aqueles que estão no caminho de fé ou desejam conhecer Jesus Cristo. A comunidade é lugar e meta da vida cristã, ou seja, todo e qualquer trabalho pastoral deve conduzir para a vivência comunitária e inserção pastoral.
21. A comunidade é o lugar do exercício de ministérios, carismas e serviços. O estilo catecumenal “educa para a vida de fé na comunidade, alimenta-a e renova” (IVC 55).

Como está a inserção comunitária dos novos membros de sua pastoral ou movimento?

 

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